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Bate-Papo com Tyndaro Menezes

De calça jeans e camiseta casual, Tyndaro Menezes, chefe de reportagens especiais da TV Globo, contou um pouco sobre sua história de vida em uma palestra para estudantes de jornalismo. Sem muitas formalidades, o jornalista não demorou muito para prender a atenção de todos e começou a contar sua trajetória profissional voltando à juventude.
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 Com 18 anos, Tyndaro não escondeu o fato de ter sido um péssimo aluno e só tirar notas ruins. Gostava mesmo era de zoar, surfar e matar aula, sem muitas expectativas para o futuro. Não sabia em que curso se formaria na faculdade e nem o que iria fazer da vida. Estava desnorteado. Porém, uma oportunidade surgiu em sua vida. Com a mãe trabalhando como secretária na Rede Globo, ele conseguiu um emprego como office boy. Não era lá o emprego dos sonhos, mas, foi com essa brecha, que ele soube tirar bom proveito.

Ele era comunicativo, articulado, gostava de se relacionar com pessoas, conhecia bastante gente, adorava ler, pode-se dizer até que escrevia bem e, apesar do passado escolar, era inteligente. Foi então que percebeu que tinha todas as qualidades de um jornalista. Durante o tempo em que esteve na faculdade -que a propósito estudou por seis anos- ele continuou trabalhando na Globo e foi cavando mais profundamente para dentro do jornalismo, querendo conhecer mais gente da área. Prestes a se formar, o ex office boy foi trabalhar na escuta que, segundo ele, era o pior lugar do mundo. Com toda sua sinceridade, ele tirou a vontade de todos os futuros jornalistas, ali presentes, a chegar perto da saleta monitorando a cidade, os chamados de bombeiros, da polícia...  Mesmo sendo um trabalho monótono ele contou que ali era o local em que todo profissional de jornalismo começava e que valeu a pena, já que conheceu os bastidores e adquiriu mais experiência.

Durante todo o bate papo, totalmente descontraído, Tyndaro foi contando que foi crescendo e se tornando conhecido dentro do estúdio. De escuta para produção, ele começou a surgir com pautas diferenciais durantes as reuniões, casos sobre a realidade que conhecia e que dificilmente eram exploradas pelos outros jornalistas. A partir daquele momento, ele percebeu que tinha um viés investigativo e começou a explorar cada vez mais esse lado.

Sua carreira foi alavancando; ele trabalhou ao lado de jornalistas renomados como Tim Lopes, com quem realizou a série de matérias especiais conhecida como “ Feira das Drogas”, juntamente com Renata Lyra, Cristina Guimarães e Flávio Fachel, que teve exibição em 2001 no Jornal Nacional e com reportagem ganhadora do Prêmio Esso de Telejornalismo e do Prêmio Líbero Badaró. Apesar de todo esse reconhecimento, Tyndaro é humilde e não gosta de alimentar o próprio ego. Acredita que suas matérias e reportagens premiadas são boas, mas é o de menos. De acordo com ele, “os prêmios fazem mal, faz você achar que é foda, e você não é. É apenas um trabalho bem feito. Só isso. ”

O jornalista, por fim, finaliza sua palestra aconselhando e inspirando os alunos e dizendo que o que realmente importou em sua trajetória foram as dicas que recebeu e as pessoas que passaram em seu caminho e o ajudaram a chegar onde ele está hoje.

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