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As dificuldades enfrentadas pelos comerciantes durante a pandemia

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Durante dois longos anos, a realidade do “novo mundo” mudou abruptamente a vida das pessoas. A pandemia foi responsável por derrubar o faturamento de negócios, principalmente, quando nos referimos a pequenos empreendedores. Diversas lojas de varejo se prejudicaram e tiveram que manter suas portas fechadas por tempo indeterminado ou, até mesmo, permanentemente.  Diante de um real cenário pandêmico, no qual só se é visto nos filmes, uma opção de benefício que foi capaz de manter e intensificar o contato da maioria dos vendedores com os clientes, foram as redes sociais.

Leonardo Almeida, vendedor autônomo de lanches há mais de 20 anos da faculdade Facha, admitiu que a situação foi difícil, mas que não deu o braço a torcer. Mesmo sem grande domínio, Leo, como é apelidado pelos alunos e funcionários da faculdade, tentou adotar o marketing digital para vender seus produtos: “Durante 4 meses, eu tive um bom retorno, fui fazendo pastas de pote e sanduíches naturais, fui me virando (...), mas daí, com o tempo, as vendas foram baixando e não consegui continuar com as plataformas digitais. ”  Apesar disso, ele conseguiu se manter financeiramente estável, com o auxílio emergencial e a ajuda de uma vaquinha online realizada por estudantes da Facha: “Eu fui me mantendo também com as reservas que eu tinha, tive que ir baixando consideravelmente os gastos. Não pensei em nenhum plano B como uma nova alternativa de fonte de renda, já que estava com medo de sair na rua, pegar transporte público e acabar contraindo o vírus. ”

O investimento na tecnologia é um fator primordial para manter contato com os clientes durante o período isolamento social. Sites e redes sociais podem aproximar os vendedores das demandas do público.   Partilhando da mesma opinião, Tatiana Marques, estudante de jornalismo da faculdade Facha, e Kátia Regina, consumidora há anos de feiras do bairro da Tijuca, tiveram um maior nível de gastos em plataformas de e-commerce e pedidos por delivery, já que sair de casa era imprescindível. “Pedir delivery foi bom e uma ótima opção para conhecer novos restaurantes e ajudar pequenos empreendedores que vendiam pela plataforma”, disse Kátia.

Mas uma coisa é fato: ao comprar em lojas físicas, você é capaz de observar e avaliar o produto e valor cobrado. De acordo com Tatiana, as duas formas de compras têm seus prós e contras: “Prefiro comprar em lojas físicas porque consigo experimentar e testar os produtos, mas, em compensação, comprar online é mais rápido e barato. ”

Em alguns casos, nem mesmo as redes sociais foram capazes de influenciar positivamente nas vendas. É o caso da feirante Dulce, que trabalha com vestuário artesanal, vendendo seus produtos em uma barraca na Praça Saenz Peña, no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro: “Para mim não trouxe diferença, já que, além de não ter habilidade, não havia ninguém para me auxiliar a mexer nas redes sociais. Eu trabalhava apenas vendendo de casa, mas as pessoas que já me conheciam e que compravam comigo, também ficaram ausentes (...). Foi muito difícil conseguir me sustentar, eu não tinha nenhuma outra fonte de renda, nenhum amparo. ”

Apesar da crise, tanto Leonardo quanto Dulce, possuem esperanças de que seus lucros irão voltar aos poucos. “Com certeza, este é o caminho, é um recomeço para todo mundo, para todos os comerciantes que tiveram seus trabalhos interrompidos pela Covid. Se um se recupera, todos se recuperam. ”

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